História

Meu nome é Guilherme, sou de Campinas, interior de São Paulo, e no momento em que escrevo tenho 31 anos de idade.

Eu estudo inglês desde os 7 anos de idade. Eu comecei as aulas de inglês, pois eu estava lendo os livros do Harry Potter, e eu li os três primeiros, e na época, os outros títulos só existiam na língua inglesa, ainda não haviam sido traduzidos para o português. Então isso me despertou o interesse em aprender inglês.

Eu estudei na Wizard dos 7 anos de idade (primeira série) até os 17 (segundo ano do ensino médio), fiz os livros Kids, Teen, Book e TOEFL. Ou seja, TODOS!

Eu sempre fui o aluno mais novo da classe, teve momentos em que eu era o único aluno da classe (nesse período eu quis desistir, mas minha mãe não deixou, hoje sou muito grato à ela por isso!)

As aulas eram no sábado de manhã, das 10h às 12h.

Isso mesmo, passei meus sábados da minha infância e adolescência toda fazendo aulas de inglês. E hoje eu colho os frutos desse esforço.

No terceiro ano do ensino médio eu já havia terminado todo o curso de inglês, e estava prestes a entrar para a faculdade.

Chegou o momento da grande decisão… Eu sempre gostei de desenhar, portanto no início eu pensei em fazer arquitetura. Mas como meu pai era funcionário público, eu decidi prestar concursos públicos, pois é algo seguro e bem remunerado.

Novamente, lá estava eu estudando aos sábados, dessa vez para concursos públicos.

Com isso, eu comecei a conhecer mais a respeito das leis, portanto acabei escolhendo fazer o curso de Direito na faculdade PUC-Campinas.

Prestei concursos, não consegui passar, apesar de ter ido muito bem nas provas.

Continuei na faculdade por 2 anos, fiz estágio no escritório de advocacia de um amigo do meu pai. E descobri que aquilo não era pra mim… eu jamais seria feliz fazendo aquilo.

Voltei às origens, decidi fazer o que eu gostava, desenhar!

Nessa época eu tinha um sonho de ter minha própria marca! Meu próprio negócio.

Fiquei entre artes visuais e design gráfico. Pelas minhas pesquisas acabei concluindo que design gráfico eu teria mais opções de inserção no mercado de trabalho. E me daria mais ferramentas para um dia ter meu próprio negócio.

Tive uma base muito boa de marketing e aprendi ferramentas muito úteis, como edição e manipulação de imagens, criação de ilustração digital, fotografia, e comunicação visual.

Mas meu sonho ainda não estava bem ali… Eu me sentia frustrado com muitas aulas teóricas, com tanta ferramenta prática para aprender, portanto decidi fazer alguns cursos livres por fora, como por exemplo Photoshop, Illustrator, criação de websites e edição de vídeo. 

No terceiro ano da faculdade eu estava completamente desmotivado, interessado em outras coisas. Eu tinha encontrado um trabalho que eu poderia de fato desenhar, e ter meu próprio negócio: Tatuagem! Comecei a aprender a tatuar.

No meio do terceiro ano, eu e um amigo fizemos uma viagem de carro para Florianópolis. E nos apaixonamos pela Ilha da Magia!

Eu e ele estávamos insatisfeitos com a faculdade (ele cursava odontologia) e ficamos completamente deslumbrados com a ilha de Santa Catarina. Então decidimos tentar ficar.

Eu arrumei um emprego em uma gráfica e uma entrevista em uma escola de inglês. Na época não fui chamado para a vaga na escola, mas deu certo na gráfica.

Trabalhei ali por uns 6 meses, mas não deu certo, tive que sair pois eu tive que me mudar para longe do emprego.

A partir daí eu decidi tentar fazer o que eu queria, tatuar e ser designer gráfico freelancer.

Por alguns anos eu fiz isso, mas eu não consegui uma base sólida de clientes, pois eu não tinha círculo social, em uma cidade que eu tinha recém chegado. Estava muito difícil me manter assim.

Depois de algum tempo, comecei a namorar uma mulher incrível, que hoje é minha esposa, que no momento que escrevo está grávida de apenas 7 semanas.

Ela, na época, era professora de educação infantil (hoje ela é coordenadora pedagógica na mesma escola). E no início a gente se segurou (financeiramente) com bastante dificuldade, por eu não ter um trabalho fixo.

Foi quando abriu uma vaga para professor de inglês na escola em que ela trabalha. Era uma vaga temporária, a professora teve que sair para tratamento de um câncer de mama.

Então eu decidi topar o desafio. Eu nunca tinha dado aula de inglês para crianças, nem pra qualquer outra faixa etária.

Eu tinha um jogo chamado Twister e decidi levar. A coordenadora (minha namorada) me ajudou muito a começar a entender como eu faria aquele trabalho.

As escolas de educação infantil (que não são bilíngues) normalmente não tem uma metodologia específica para o inglês. Então basicamente o professor tem que se virar sozinho. (com pouquíssimo material disponível)

Fui entendendo as possibilidades que eu teria, que eram basicamente: histórias (que eu tinha que imprimir), músicas (que eu tive que comprar uma caixinha de som e fazer seleção) e alguns jogos e brincadeira (que eu tinha que criar todo material).

O tempo foi passando e a professora titular voltou para seu cargo, e a escola decidiu me manter para efetuar uma pesquisa e elaborar materiais para o inglês da escola.

Quando eu entrei para o cargo, o inglês era para os alunos entre 3 e 6 anos de idade.

A partir do momento que a professora titular voltou para o cargo, a escola decidiu expandir e colocar o inglês também para os bebês de 0 a 3 anos de idade, e eu tomei a frente e assumi essa faixa etária, para poder aprender, afinal a outra faixa etária eu já tinha adquirido experiência.

Eu trabalhei durante alguns meses e veio a pandemia.

Do dia para a noite, as escolas estavam com as portas fechadas.

No início eu dei aulas online, gravei alguns materiais, mas com o tempo, a escola decidiu por suspender nosso contrato de trabalho e ficamos afastados recebendo auxílio. 

Um dia uma colega de trabalho veio me contar que estava atolada de clientes trabalhando de baby-sitter e me disse que os pais estavam muito interessados em aulas de inglês particular a domicilio.

Foi aí então que eu comecei a elaborar alguns conteúdos e materiais, e montei minha página do Instagram. E deu muito certo! Consegui um aluno, outro, mais outro…

Quando eu vi, eu estava ganhando mais do que eu ganhava na escola.

Foi surpreendente, pois era algo que já tinha surgido em algumas oportunidades, mas que eu não quis assumir, pois eu não sabia direito como faria, não tinha experiência, materiais, enfim, não me senti seguro na época…

Mas durante a pandemia, eu tive tempo de pensar e criar. E consegui me organizar para isso.

Na escola as aulas eram de meia hora por turma, o que eu sempre achei muito pouco, fazia as aulas serem uma corrida contra o relógio, pois eu ainda tinha que fazer chamada (só aí já foi 10 minutos, ⅓ da aula).

Eu decidi que minhas aulas seriam de 1h30.

O número grande de alunos em uma sala de aula também era um problema, pois gera muita dispersão e falta de foco, que acaba prejudicando pedagogicamente. 

Portanto, nas minhas aulas particulares eu decidi fazer aulas individuais, ou grupos de no máximo 3 crianças.

Portanto só aí, com os elementos: Tempo e número de alunos. Eu melhorei 100% o aproveitamento das aulas.

As aulas sendo individualizadas, eu consegui criar aulas mais personalizadas, tratar os alunos como seres únicos, diferente de uma sala de aula que trata todos os alunos como iguais, e eles não são. Cada um tem sua personalidade, seus interesses, gostos, que eu gosto de levar em consideração para criar aulas mais interessantes.

Portanto nas aulas particulares à domicílio eu consigo por exemplo fazer Cooking class, aulas de culinária. Consigo criar atividades mais tocantes à realidade, à prática.

Quando as escolas puderam abrir de novo e as aulas retornaram, eu me vi extremamente frustrado com aquele modelo, que pra mim já estava ultrapassado. Pois além dos problemas de antes (pouco tempo, muitos alunos e escassez de materiais), surgiu um novo problema: O medo do vírus em ambientes fechados com muitos alunos.

Eu tinha experimentado o paraíso, de dar aulas boas, com tempo e criatividade, portanto com muito mais qualidade. Recebendo muito melhor por isso.

E estava voltando para uma realidade antiga, que não fazia mais sentido para mim.

Eu fiz um curso online específico de inglês para crianças, e percebi que esse é um ótimo nicho, pouco explorado com a qualidade devida. Eu notei então que eu não estava preso, eu tinha uma escolha. Eu poderia optar somente pelas aulas particulares. Eu poderia sim dar aulas melhores, eu poderia sim trabalhar menos, e ganhar mais. Eu poderia sim me valorizar!

Eu notei que 2 alunos particulares (12h mensais de trabalho) pagavam o que a escola me pagava (96h mensais de trabalho). E notei que na verdade o tempo que eu estava trabalhando na escola estava me fazendo perder dinheiro.

Então eu decidi me demitir, e ficar somente com as aulas particulares. E foi a melhor coisa que eu fiz. 

E todo esse background, do Direito, do design gráfico, da fotografia, do marketing, foram a base que eu precisava para realizar meu sonho de ter meu próprio negócio.

Hoje eu tenho meu próprio método, meus livros de história que adquiri, materiais adequados, brinquedos pedagógicos, e tenho meus próprios materiais, como livro de culinária, livro de atividades, song-books, livro de caligrafia e muitos outros que ainda estão sendo elaborados.

Hoje eu recebo melhor, minhas aulas são mais interessantes, divertidas e cativantes, e ainda tenho mais tempo e qualidade de vida.

Eu consegui aproveitar uma oportunidade que surgiu em um momento de crise e transformar minha vida para melhor. E quero ajudar outras pessoas a perceber que também podem fazer isso.